Transportadores de cargas de remédios em Belo Horizonte têm sido alvo de ataques de pelo menos duas quadrilhas que vêm agindo desde dezembro do ano passado. Os bandidos já causaram prejuízos próximos de R$ 800 mil, em 22 roubos a veículos de seis empresas que atuam junto a distribuidora e laboratórios de medicamentos. Somente neste mês já são nove assaltos.

P. B., de 48 anos, dono de uma das transportadoras, teve carregamento de mais de R$ 25 mil roubado na manhã de ontem. Por volta das 7h30, quatro homens renderam o motorista e dois ajudantes na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes com Rua Tito Lívio, no Bairro Glória, Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, armados, os bandidos obrigaram os três funcionários a descer do caminhão, um Hyundai HR baú, e entraram num veículo Fox, de cor prata.

Por cerca de uma hora, o motorista e ajudantes ficaram reféns dos bandidos, que circularam pelo Anel Rodoviário, entre outras vias, para dar tempo aos outros ladrões de descarregarem os produtos. Eles foram soltos depois que os bandidos informaram aos comparsas que a carga já estava em local seguro. Os funcionários, deixados então no Anel Rodoviário, no Dom Bosco, ligaram para a polícia para informar o roubo. O caminhão foi encontrado por volta das 10h abandonado em Esmeraldas, na Grande BH.

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De acordo com o empresário, a série de assaltos aos veículos de sua empresa e das outras cinco transportadora de BH teve início em 22 de dezembro. Foram 22 ocorrências num período de cinco meses, média de 4,4 roubos/mês. Transportadoras fizeram um levantamento de todos os roubos e somente uma das empresas teve prejuízo em torno de R$ 500 mil.

“Identificamos a ação de dois grupos. Um é formado por dois jovens que moram na Região Noroeste, que poderíamos dizer que são ‘amadores’. O outro é uma quadrilha organizada, que ataca com quatro homens. Não temos maiores dados, mas sabemos que usam rádios de comunicação e equipamentos eletrônicos que conseguem bloquear o monitoramento de cargas”, explicou.

Na ação de ontem, P.B. disse que foi o segundo grupo que agiu. “Eles rendem motoristas e ajudantes e os mantém reféns, para dar tempo aos que levaram o caminhão de transferir o carregamento, seja para um galpão ou outro veículo de carga”, assinalou.

O grupo dos dois jovens já foi identificado pelos empresários do setor. Um dossiê foi montado pelos donos das transportadoras, apontando como agem e em que locais. No documento tem fotos, nomes, identificação e até o currículo de um deles. “São dois jovens que têm se aventurado em busca de dinheiro para comprar carros e ostentar. Um deles até o ano passado tinha emprego fixo de mecânico numa empresa de ônibus e o outro trabalha em montagem de móveis. Em 30 de março foram presos, mas como estavam com uma réplica de arma de fogo, foram soltos e no dia seguinte roubaram um carregamento de medicamentos avaliado em R$ 20 mil”, contou P.B..

A dupla de assaltantes, W.P.S.S., de 21 anos, e R.B.S., de 23, é apontada como responsável por 13 dos 22 assaltos, segundo mapeamento feito pelos empresários, a partir das informações de seus motoristas e ajudantes, sobre as características dos ladrões e o modo de agir. Em geral, os dois bandidos usam um VW Golf ou um Fiat Palio na abordagem, um deles assume a direção do veículo de carga e diz aos funcionários da empresa para aguardar em um determinado local, até a devolução do carro sem os produtos.

NO PREJUÍZO J. é dona de uma transportadora que também tem sido alvo dos ataques. “O seguro tem franquia alta, em torno de R$ 20 mil, e estamos pagando pelas cargas roubadas. Nosso prejuízo é de cerca de R$ 100 mil. Estamos trabalhando de forma insegura, perto de fechar as portas”, desabafou. De acordo com a empresária, sem resposta policial aos constantes assaltos, os donos se uniram para buscar apoio das autoridades.

“Como os boletins de ocorrência vinham sendo registrados nas delegacias das áreas em que ocorriam os crimes, juntamos todos os documentos e encaminhamos à unidade especializada de roubo de cargas da Polícia Civil. Na semana passada, estivemos na Assembleia Legislativa pedindo apoio, e uma audiência pública deve ser convocada. Precisamos de respostas urgentes”, finalizou.

“Os medicamentos são fáceis de rastrear, pois neles constam dados específicos. Ainda não temos noção de quem compraria esses produtos roubados. Mas suspeitamos que podem ser estabelecimentos em bairros de periferia ou cidades vizinhas, em que não há fiscalização sanitária atuante, que permitiria constatar aqueles que comercializam esses medicamentos.” Para Paulo, com a centralização das apurações numa unidade policial especializada, será possível colocar fim a essa onda de roubos.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais, informou que está trabalhando com todos os recursos avançados de inteligência investigativa para identificar e prender àqueles que estiverem participando dos crimes de roubos de cargas.

Fonte: Estado de Minas

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