CRESCE O NÚMERO DE ASSALTOS A CAMINHÕES DE TRANSPORTE DE MERCADORIAS EM MINAS

O medo viaja de carona em caminhões de empresas de transporte de cargas em Minas. Os assaltos a caminhões cada vez mais constantes criaram um clima de insegurança entre motoristas. Em alta nas estatísticas da violência, os roubos de cargas passaram de 206 entre janeiro e maio do ano passado para 272 no mesmo período deste ano, um aumento de 32%. Ao longo de 2016, foram 569 ocorrências no estado, média de 47,4 crimes por mês. Neste ano, a média já é maior: 54,4 casos a cada mês.

Esse tipo de crime, que gera transtorno e prejuízo às transportadoras, tem sido mapeado no estado pelas empresas e pela polícia, o que, no entanto, ainda não resultou em seu controle. Com a maior malha viária do país, Minas concentra ocorrências, e as estradas que mais preocupam a Polícia Civil são as BRs 040, 381 e 262. As áreas de maior incidência de furtos e roubos de cargas estão em Belo Horizonte e Região Metropolitana, além do Triângulo Mineiro. “As rodovias do Triângulo interligam Minas com São Paulo e Goiás, o que torna o fluxo de mercadorias muito grande. Já a capital e as cidades metropolitanas sediam a maior parte dos centros de distribuição de produtos”, explica o delegado Marcus Vinícius Lobo, titular da 1ª Delegacia Especializada de Repressão a Organizações Criminosas (Deroc) do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp). O policial e outros quatro delegados do departamento têm se revezado à frente da 6ª Deroc, responsável pela repressão ao furto e roubo de cargas, que está sem titular.

Diferentemente do passado, quando os ataques ocorriam geralmente à noite, os roubos de carga vêm sendo registrados a qualquer hora do dia, com pico também pela manhã, entre as 7h e as 10h, e na madrugada, no intervalo das 22h às 5h. “Temos aconselhado as empresas a não liberarem seus veículos para rodar nesses horários”, informa o assessor de Segurança do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Ivanildo Manoel dos Santos.

Segundo Santos, a dinâmica dos crimes relatada pelas vítimas é semelhante em grande parte dos casos. “Os criminosos usam um carro para abordagem. Emparelham o veículo ao lado do caminhão em movimento apontando uma arma para o motorista e o mandam encostar, momento em que anunciam o assalto”, explica. Na maioria das vezes, conta, os caminhões são levados a um ponto fora da estrada e abandonados após a retirada da carga. As armas usadas nessas ocorrências, de modo geral, são pistolas e até mesmo revólveres, mas Santos afirma que há casos em que bandidos agem com armamento pesado, como submetralhadoras. “Os motoristas hoje saem de casa com medo, sem saber se vão voltar. Já vão trabalhar com esse sentimento”, diz. Entre as cargas mais visadas pelos bandidos estão as de cigarro, eletrônicos, bebidas, cosméticos, combustível e confecção.

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